Kyosaki explica muito bem, de uma maneira geral, a questão dos impostos. Para a maioria das pessoas, a história de Robin Hood conta a história de um homem bom, de um herói romântico, que roubava dos ricos para dar para os pobres. Para a maioria das pessoas que possuem QI financeiro, Robin Hood não passava de um bandido safado e sem-vergonha.
As pessoas que admiram Robin Hood sempre fazem perguntas do tipo: porque os ricos não pagam por isso? Ou afirmam que os ricos deveriam pagar mais impostos para poder ajudar aos pobres e necessitados.
A grande ironia disso tudo é que o ideal de Robin Hood provoca maiores sofrimentos justamente para os pobres e a classe média, pois os ricos escapam ilesos (uma vez que não são tributados).
Devido ao ideal de Robin Hood é que a classe média paga pesados impostos, pois como o dinheiro não vem dos ricos, a classe média é que paga as contas dos pobres, principalmente a classe média alta.
Conheçamos brevemente a historia dos impostos para se ter uma idéia do que eles são. Inicialmente, Inglaterra e Estados Unidos não possuíam impostos. Apenas existiam impostos eventuais, em caso de financiamento de guerras. O governo chamava a população e dizia que precisavam arrecadar dinheiro pois necessitavam de dinheiro pra comprar armas, salários, munições, comidas, enfim, toda a logística do exercito.
Porém, em 1874, a Inglaterra instituiu um imposto de renda permanente para seus cidadãos. E em 1913 foi a vez dos Estados Unidos, com a adoção da 16ª emenda da constituição.
Em ambos os casos, os impostos foram inicialmente lançados sobre os ricos. E evidentemente, os pobres e a classe média aplaudiram de pé essa iniciativa do governo.
Mas o governo, ah o governo! Ele funciona de forma diferente. O burocrata estatal quanto mais gasta e quanto mais contrata, maior será sua organização. E quanto maior for sua organização, mais ele será respeitado. Enquanto que na iniciativa privada, quanto menos se contrata e quanto menos se gasta, mais respeitado ele será pelos investidores. Nesse sentido, quanto mais o governo cresce, mais e mais dinheiro oriundos dos impostos ele irá precisar para que possa se manter em pé.
Mas como os impostos foram aceitos pela população? Foi feito um referendo em ambos os países e sua implementação só foi possível porque as massas acreditaram na teoria de Robin Hood, como já foi dito anteriormente. O problema foi que os apetites dos dois governos aumentaram depois que eles sentiram o gosto do dinheiro fácil.
Então o governo tinha problemas, pois não conseguiam tirar dinheiro dos ricos, pois estes se protegiam através das sociedades anônimas. As sociedades anônimas foram fundadas nas época das grandes navegações para limitar o risco dos ativos de cada viagem.
As sociedades anônimas contratavam uma tripulação para ir ao novo mundo em busca de tesouros. Se não voltassem, os ricos perderiam o dinheiro investido na viagem, mas continuariam vivos. Com isso, o governo pode constatar que não importa o que inventem pra tirar dinheiro dos ricos, eles sempre encontrarão uma solução para escapar desses estratagemas.
De modo que, logo que os impostos “tire dos ricos” foi implementado, o governo ficou com o cofre cheio de dinheiro e todos estavam felizes. O governo estava feliz pois estava com o bolso cheio. Os ricos estavam felizes porque estavam cheios de contratos com o governo para fazer obras, uma vez que o governo tinha que gastar o dinheiro. E os pobres estavam felizes porque tinham a ilusão de que os ricos estavam sendo punidos.
Em suma, o dinheiro extra arrecadado com os impostos foi para os funcionários do governo em forma de empregos e aposentadorias. O dinheiro foi para a mão dos ricos em formas de contrato com o governo. E os pobres, ganharam o que? Acho que você deve imaginar.
Assim, como o governo administrava mal os recursos, não havia recirculação do dinheiro. Afinal, o governo tinha que gastar todo o dinheiro, senão no orçamento do ano seguinte iriam cortar a verba. O burocrata estatal não possui reconhecimento pela eficácia.
Por outro lado, na iniciativa privada, os CEO’s são recompensados pelo dinheiro que sobra e reconhecidos pela eficiência. Pela lógica, as despesas públicas sempre aumentam e aumenta também a necessidade de terem mais dinheiro sempre, e os pagadores desse conta, repito, é a classe média.
Mas as pessoas evitam criar uma sociedade anônima por pensarem que esta trata-se de uma coisa super complicada de se fazer. Uma sociedade anônima é simplesmente uma pasta dentro de um arquivo com alguns documentos legais, em um escritório de algum advogado e que está registrada em algum órgão público. Nada mais é do que um documento legal que cria um corpo jurídico sem alma.
Afinal, quais são de fato as vantagens de uma sociedade anônima, alem de diminuir os riscos dos investidores? Primeiro, as alíquotas dos impostos sobre as sociedades anônimas são menores do que as das pessoas físicas. Segundo, as despesas das sociedades anônimas são descontadas da renda tributável.
As sociedades anônimas são mais uma arma na mão dos ricos que enfrentam a eterna batalha dos que tem dinheiro contra os que não tem dinheiro. E sabem porque os ricos são os vencedores? Porque eles possuem informação e os pobres não possuem. Por exemplo, o canadense médio trabalha de 5 a 6 meses por ano somente para pagar ao governo. Por isso a idéia de “tire dos ricos” foi um tiro pela culatra.
É frustrante para quem não tem dinheiro somente, uma vez que os ricos não obedecem as regras. Simplesmente porque eles possuem o dinheiro, o poder e a intenção de mudar as coisas. Os pobres não, eles se conformam com tudo. Os ricos não irão pagar mais impostos somente porque o governo quer. Eles arranjam suas artimanhas para escaparem ilesos.
Eles buscam sempre minimizar ao máximo suas cargas tributarias, eles contratam advogados e contadores competentes e eles convencem os políticos a mudarem as leis ou criarem artifícios jurídicos. Veja o exemplo da emenda 1031 da Constituição Americana. Ela permite ao vendedor adiar o pagamento dos impostos sobre ganhos de capital referentes à venda de um imóvel se este for trocado por um imóvel mais caro.
Assim, se você continuar aumentando seu patrimônio mediante a troca de imóveis, seus ganhos não serão tributados enquanto você não liquidar a transação. Mas os pobres e classe média não possuem esse tipo de informação. Eles se sentam na cadeira enquanto o homem da receita federal coloca a agulha em seus braços e suga todos o seu sangue. Dito isto, fica claro que informação é poder. E ter dinheiro significa ter mais poder, que por sua vez exigirá o conhecimento certo para mantê-lo e multiplicá-lo.
O pobre não sabe, mas o maior tirano de sua vida não é o patrão e nem o supervisor. O maior tirano é o governo, pois se você deixar, ele sempre tirará mais dinheiro de você, na cara dura. E quanto mais ignorante você for, mais fácil será intimidado pelo sistema. Se você conhece o que fala, tem chances de vencer. Se não conhece, estará morto. Por isso se faz necessário o desenvolvimento do seu QI financeiro. E o QI financeiro envolve:
1 – Contabilidade – Esta é uma habilidade vital se alguém quer construir riqueza. Quanto mais dinheiro você possui, maior precisão contábil é necessária, senão a casa cai. A contabilidade está no lado esquerdo do cérebro, aquele que compreende os detalhes. Ler e entender demonstrações financeiras é necessário para decifrar os pontos fortes e fracos de qualquer negócio.
2 – Investimento – É a ciência do dinheiro que faz dinheiro. Envolve estratégias e formulas. O investimento está no lado direito do cérebro, aquele que compreende o lado criativo.
3 – Economia – É a ciência da oferta e da demanda. Se quiser acumular riqueza, se faz necessário conhecer os aspectos técnicos do mercado, uma vez que um investimento faz sentido ou não de acordo com as condições correntes do mercado.
4 – Direito – É necessário um conhecimento tributário e de proteção de uma sociedade anônima em função de enriquecer mais rápido. Conhecendo esses detalhes jurídicos, pode-se chegar bem mais longe. É a diferença entra andar e voar.
Em resumo, as sociedades anônimas alem de poderem pagar suas despesas antes de pagarem os impostos, ainda são um escudo contra os processos judiciais. Afinal, os ricos protegem suas fortunas através das sociedades anônimas e dos fundos fiduciários.
Se alguém processa os ricos encontrará camadas de proteção legal e compreenderá que os ricos não possuem nada. Apesar deles controlarem tudo, eles não são donos de nada. Os pobres e classe média sim, tentam ser donos de tudo e perdem essas coisas pro governo ou para os advogados que adoram processar os outros.
Para não esquecer: as sociedades anônimas ganham, gastam e pagam os impostos. A pessoa física ganha, paga os impostos e gasta. A principio pode parecer que não, mas há uma diferença desgraçada nisso ai. Assim, é altamente recomendável que você agrupe seus ativos sob o manto de uma sociedade anônima.
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