Monday, April 22, 2013

Rádio e TV

Quando saímos do mundo das revistas e dos jornais e entramos no universo televisivo e do radio, o componente "entretenimento" aumenta bastante.

Recebe o que paga - os piores conselhos financeiros são dados pra você, e não é de se admirar, "de graça". Muitas estações de radio tem talk shows que tratam de dinheiro. Uma vez que os ouvintes não pagam por esses shows, a propaganda freqüentemente escolhe quem e o que vai pro ar. Alguns desses shows são apresentados por alguém que nada mais é do que um vendedor de produtos financeiros. A primeira e talvez única motivação desses apresentadores é possivelmente fazer prospecção de clientes.

Muitos programas de radio locais sobre investimentos são apresentados por um corretor também local, que geralmente se autoproclamam consultores ou planejadores financeiros. Só pra você ter uma idéia, se um corretor fisgar um grande peixe por mês (uma pessoa com $300,000 pra investir, digamos), pode gerar comissões de ate $15,000, ao vender investimentos recebendo 5% de comissão.

Excesso de informação - imagine esta cena: o painel que conta regressivamente a abertura da New York Stock Exchange avisa que a bolsa irá abrir em 5 minutos e 32 segundos. Esse painel esta no canto direito de sua tela, no canal CNBC. No dia anterior, o chairman do Federal Reserve Board fez um corte inesperado na taxa de juros da ordem de 0,25% e as ações da NYES subiram rapidamente. Agora, na manhã seguinte, o canal CNBC tenta demonstrar toda a excitação de curto prazo para este acontecimento. A repórter esta tão animada que seu cabelo não para de cair sobre seu rosto, pois sua cabeça não para de mexer e ela esta quase sem voz.

Apesar dela estar tecnicamente apresentando o programa, seu trabalho de fato é manter os telespectadores colados na tela da TV para a abertura da maior bolsa de valores do mundo. Às 9:30 da manha, a bolsa abre e as transações começam a aparecer na parte de baixo da tela. Mudanças nos maiores índices do mercado (Dow Jones Industrial Average, S&P 500 e o Nasdaq Index) passam na tela. Muito mais emocionante do que uma disputa eleitoral ou uma final esportiva, este evento nunca acaba e oferece constantes mudanças e excitação. Mesmo depois que os mercados fecham em um local, a TV pode continuar a dar noticias sobre a bolsa de valores de outra parte do mundo.

Será que todos esses dados e noticias irão nos tornar melhores investidores? Claro que não.

Convidados não tão bem escolhidos - alguns jornalistas, freqüentemente no esforço de passar por cima de suas próprias falta de conhecimento técnico, passam a entrevistar "experts" em investimentos. Entretanto, jornalistas que não são especialistas, muitas vezes tem problema em discernir quem de fato são os especialistas. É relativamente fácil para quem é sofisticado financeiramente enxergar o perigo em dicas e tendências simplificadas demais que estes supostos "experts" dão para os espectadores.

Na maioria das vezes, os livros desses "experts" nunca são lidos pelos produtores dos programas. Eles, que são também financeiramente iletrados, freqüentemente decidem colocar alguém no ar baseados somente num kit de imprensa ou numa ligação de um publicitário ou agente desses "experts".

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